Quais são os Sete Erros mais comuns no processo de produção de uma Dissertação de Mestrado? Como não cometê-los?

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Segundo erro o não atendimento às normas ABNT
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Em nosso post de hoje iremos discutir sobre alguns problemas que podem afetar todo o processo de construção de uma dissertação de mestrado. Sendo assim, falaremos sobre os setes erros mais comuns que ocorrem durante a sua produção.

Como sabemos, há uma série de aspectos que podem fazer com que a qualidade da pesquisa seja perdida e que, na verdade, são erros que podem se manifestar nesse processo de escrita. Portanto, o nosso objetivo com este post é o de introduzir os erros mais comuns, porém, além dos sete que listaremos, há uma série de outros que também podem comprometer a qualidade da pesquisa.

Nesse contexto, alguns desses erros podem perdurar e se manifestar em outros momentos da carreira acadêmica e, por esse motivo, a nossa missão aqui é de lhe ajudar a saná-los o quanto antes. Vamos conferir!?

Primeiro erro: a não delimitação do tema

O erro de número um diz respeito a não delimitação do tema a ser investigado. Nesse contexto, é importante que fique claro que o tema é a grande área associada à pesquisa em construção. Ou seja, ele é a área de pesquisa com a qual o pesquisador irá trabalhar.Primeiro erro a não delimitação do tema

Logo, se o seu interesse de pesquisa é a Biopolítica, por exemplo, significa que ela é a grande temática de sua pesquisa, sendo, portanto, necessário a escolha de um problema dentro desse contexto para que haja a delimitação dessa linha de pesquisa. Sendo assim, terá que pensar nas formas de comunicação a partir desse conceito. Todavia, além da delimitação do tema, a dissertação, para que possa ser bem elaborada, necessita de muitos outros cuidados, e nós vamos abordar durante esse post quais são eles.

Segundo erro: o não atendimento às normas ABNT

Como dito anteriormente, uma dissertação necessita de vários cuidados para que possa ser bem elaborada, e para que isso ocorra é necessário que o pesquisador se atente a algumas normas.

Adentramos, então, no segundo erro mais cometido no processo de produção de uma dissertação de mestrado: o não atendimento às normas ABNT. Dessa forma, quando nos referimos ao não atendimento dessas normas, estamos nos referindo quanto ao sentido de sistematização.Segundo erro o não atendimento às normas ABNT

Essas normas existem para que haja uma sistematização que impulsione toda a construção da pesquisa. Todo trabalho científico depende de uma sistematização para que seja bem construído. Logo, é necessário que pensemos em como essa sistematização funciona.

A sistematização da pesquisa científica

Como dissemos no tópico anterior, a fim de que a dissertação seja bem desenvolvida, esta deve obedecer a uma sequência lógica muito rígida. A essa lógica atribui-se o nome de sistematização.

A falta de compreensão dessa lógica, ou seja, do sistema, é um erro.

Sendo assim, toda pesquisa, para que possa existir, parte de um problema real, de uma necessidade da sociedade, em que, a partir deste nascem os objetivos (gerais e específicos) que permitem que o pesquisador possa encontrar respostas para o seu problema e, caso seja possível, soluções para o mesmo.

Posto o problema e os objetivos, surge, então, a necessidade de justificar a importância dessa pesquisa para a sociedade. Na justificativa, o desafio é demonstrar os motivos que fazem com que o material seja relevante e urgente. Feito isso, o sistema irá exigir desse pesquisador algumas escolhas teóricas.

Dessa forma, deve ficar claro quais são os autores e conceitos com os quais o pesquisador irá trabalhar para atender aos objetivos e chegar às respostas para o seu problema. São essas escolhas teóricas que irão demonstrar o seu know-how sobre o tema de pesquisa.

A fundamentação teórica e a metodologia

Essas etapas são responsáveis por concretizar os objetivos da pesquisa. Desse modo, além de se apoiar em conceitos e teorias dos autores, o pesquisador deverá escolher um método que permita o atendimento aos objetivos da pesquisa, o que inclui instrumentos e técnicas de pesquisa que devem ser manuseados com muita atenção. Na sequência, o sistema requer que o pesquisador apresente os resultados e discussões sobre o tema, as considerações e referências.

Contudo, embora o sistema esteja claro, muitas pessoas têm dificuldades para colocar essas etapas em prática, sobretudo aquelas que estão ligadas ao mundo business, visto que a mentalidade é outra. São pessoas acostumadas com a produção de papers, relatórios e materiais com um menor rigor científico. Assim, ao adentrarem nesse outro universo, acreditam que podem executar as mesmas técnicas de pesquisa, o que não é viável. Logo, entende-se a importância do respeito às normas e a sistematização para a garantia do rigor científico.

Terceiro erro: a não compreensão da linguagem acadêmica

Aqui adentramos no terceiro erro: a falta de compreensão da linguagem acadêmica. Esse tipo de material demanda que os dados sejam apresentados de uma maneira imparcial e distante. Contudo, muitas pessoas escrevem de outra forma, se posicionando muito no texto.Terceiro erro a não compreensão da linguagem acadêmica

Embora alguns núcleos de pesquisa aceitem esse tipo de escrita, sobretudo no âmbito das Ciências Humanas, é importante que fique claro que isso não é muito comum, visto que o alicerce que sustenta a ciência prega justamente o contrário: que um texto, para que seja considerado como científico, precisa ser escrito de maneira impessoal, ou seja, distante.

Posto isso, partindo do pressuposto de que a ciência entende que o pesquisador não deve se envolver com a sua pesquisa, isto é, não deve deixar transparecer a sua visão pessoal sobre o tema, os seus valores e ideologias não podem ser evidenciados. Ele deve se afastar de seu objeto para que não acabe contaminando o texto.

Importância do distanciamento do autor

Suponhamos que você queira analisar as pessoas que têm sofrido preconceitos por terem HIV. Se você conseguir se distanciar do objeto, será capaz de quantificar essas pessoas e compreender as suas vivências sem que a sua visão pessoal seja evidenciada. A pesquisa, com esses cuidados, torna-se muito mais válida. Entretanto, o processo pode ser mais difícil para uma pessoa que sofre por HIV e/ou luta por essa causa como ativista, pois é algo que as afetam no dia a dia, o que pode tornar muito difícil esse exercício do distanciamento. O envolvimento com a pesquisa produz alguns resultados bastante negativos para a pesquisa.

Os estudos em que há o forte envolvimento do pesquisador com o objeto correm sérios riscos de contaminação, pois não há o distanciamento do objeto, de modo que as pesquisas se tornam relatos pessoais sobre uma dada experiência e, assim, perdem o seu caráter científico. No caso do tema do HIV, o estudo poderia promover a criação de políticas públicas para esse grupo social, contudo, com o forte envolvimento, as bases científicas são comprometidas, pois, nesse caso, a pessoa luta com afinco por esta causa. Tem ligação e afeto por esta luta. Logo, o distanciamento é importante para que a pesquisa não seja comprometida.

Quarto erro: o processo de articulação entre as ideias de diferentes autores

O quarto erro está ligado ao processo de articulação entre as ideias de diferentes autores. Sendo assim, no mundo acadêmico, é possível visualizar que tem sido cada vez mais alto o número de alunos que têm dificuldades para escrever com base em autores, evitando os achismos e o senso comum.

De modo que, muitos entendem que o embasamento nos autores aponta para a cópia das ideias de um autor. Contudo, sabemos que esse não é o pressuposto da ciência. Podemos, de fato, copiar alguns trechos da obra de um autor, desde que nos utilizemos do recurso da citação direta. Contudo, há uma quantidade máxima de citações diretas que podem ser expostas em um texto.

O objetivo, na verdade, é o de refletir sobre um tema tendo como base autores que reiteram o seu ponto de vista. Além disso, com esse exercício do embasamento em autores, os acadêmicos querem avaliar o know-how de um pesquisador sobre o tema ao qual se propôs a investigar. É por meio do exercício da leitura que você encontrará subsídios para construir a sua própria argumentação de maneira distante, ou seja, científica. Deve ficar muito claro ao seu leitor de onde vêm as ideias exploradas ao longo de sua dissertação. O intuito não é o de transcrever ideias de outrem, mas compreendê-las.

Quinto erro: falta de cuidado com a ordem das ideias abordadas

O quinto erro, que é outro erro muito comum no processo de produção de uma dissertação, é a ordem a partir da qual as ideias são apresentadas. Deve haver uma coerência entre os parágrafos para que as ideias não fiquem confusas.

Em um material científico, é preciso que tomemos muito cuidado com a apresentação e retorno a uma ideia em outro momento do texto. As ideias podem ser retomadas, desde que haja uma coerência entre os parágrafos. É preciso que o texto siga uma linha de raciocínio muito específica ao longo de todo o processo de construção. Esse cuidado é necessário porque, à medida em que lemos novos textos, surgem muitas ideias.

Contudo, elas podem ser aproveitadas, desde que a lógica do texto não seja comprometida. Nesse sentido, de forma analógica podemos dizer que a dissertação é um bolo, o qual para que seja feito, precisa de ingredientes. Contudo, se esses forem manuseados da maneira errada, ao final, o resultado não será bom.

Não misture as ideias

Retomando o exemplo do bolo, fica claro que certas misturas não dão certo. Se você definiu que irá fazer um bolo de chocolate, mas deseja inserir uma série de outros sabores nesse bolo, o resultado não será tão positivo.

Os sabores não conversarão entre si, de modo que não será possível ao menos digeri-lo ao final. O mesmo processo ocorre com a dissertação. Se essas ideias não forem bem apresentadas, será impossível que haja uma coerência entre elas, de modo que o leitor não entenderá aonde você quer chegar com esse raciocínio.

Assim, a fim de que a dissertação seja bem construída, é preciso que siga uma receita para que o resultado final seja produtivo e satisfatório. Não se esqueça que você tem um objetivo com esse material e sem que ele seja respeitado não será possível responder ao seu problema de pesquisa. Com isso, adentramos nos últimos erros mais recorrentes.

Sexto erro: a busca por fontes seguras

O sexto erro está no uso de fontes que não são seguras, como: vídeos do Youtube, textos de blogs e posts de redes sociais, para a realização do embasamento teórico. Sendo assim, é importante que você sempre dê preferência aos materiais publicados em revistas científicas ou para os livros, dissertações e teses, pois serão eles que fundamentarão a sua pesquisa.Sexto erro a busca por fontes seguras

Além disso, não se esqueça que certas áreas do conhecimento demandam, inclusive, o uso de autores específicos, basilares, de modo que, se eles não aparecerem em sua pesquisa, com toda a certeza o trabalho será questionado e poderá ser reprovado. Posto isso, tenha em mente que esse processo irá exigir que você demonstre o seu know-how sobre o tema investigado, e se você não souber sobre o que você está falando a respeito do assunto é quase impossível que você consiga realizar um trabalho decente.

Sétimo erro: a dificuldade em apresentar resultados

Por fim, o sétimo e último erro está na dificuldade em apresentar resultados, principalmente para aqueles que trabalham com pesquisa aplicada. Por exemplo, pessoas de algumas áreas específicas, como a área de exatas, costumam trabalhar com números e tabelas.

Entretanto, é muito comum que indivíduos de outras áreas não tenham o conhecimento necessário para ler e compreender essas tabelas, o que acaba gerando um problema: as pessoas que possuem o conhecimento não sabem como discutir os resultados com aquelas que não possuem.Sétimo erro a dificuldade em apresentar resultados

Dessa forma, como deve ser feita a discussão dos dados em uma pesquisa? Você precisa pensar em uma forma de apresentar para o leitor os dados que você conseguiu reunir durante o seu estudo, de modo que ele possa compreender o que eles significam e, então, a partir dos dados que foram apresentados, discutir os resultados passo-a-passo. Desse modo você estará dando ao leitor as ferramentas necessárias para compreender os resultados de sua pesquisa.

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