Como é possível que o Orientador possa atuar em todas as áreas ou em muitas delas?

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As outras obrigações um orientador
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Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão que afeta os alunos que desejam ingressar no mundo acadêmico e da pesquisa, mas não sabem como se dá o processo de pesquisa. Sendo assim, iremos falar sobre o papel do orientador e em quais áreas ele pode atuar e auxiliar o aluno na produção de um estudo.

Logo, a primeira coisa que você deve saber sobre esse amplo universo é que o desenvolvimento de uma pesquisa se dá de maneira muito mais tranquila e efetiva quando você é capaz de escolher um professor com o qual se identifica, isto é, que tenha os mesmos interesses de pesquisa que o seu ou, caso não tenha, que esses interesses sejam o mais próximo possível. Nesse contexto, a fim de iniciarmos a nossa conversa, iremos entender um pouco a respeito da atuação de um orientador.

A mentalidade a respeito do papel do orientador

Uma das questões mais recorrentes e que têm intrigado os mais diversos perfis de alunos que estão envolvidos com área da pesquisa, sejam eles da graduação ou da pós-graduação, diz respeito ao papel social de um orientador, bem como sobre a sua ampla atuação. Não são raros os casos de orientadores que atuam em muitas áreas e, dessa forma, muitos alunos passam a se questionar se não seria um problema escolher um orientador que não atua apenas na área de pesquisa com a qual se identificam. Esta é uma questão que, na verdade, revela a própria ignorância do aluno quanto à forma de funcionamento do universo da pós-graduação.A mentalidade a respeito do papel do orientador

É muito comum que um tema de uma pesquisa acabe sendo muito mais amplo do que se pensou inicialmente, o que pode exigir conhecimentos específicos de mais de uma área. Desse modo, quem apresenta esse tipo de mentalidade, isto é, de que o orientador deve ser da área de pesquisa do orientando, pode acabar se frustrando ao perceber que na verdade precisará lidar com as mais diferentes áreas de conhecimento e não somente com aquela à qual seu orientador pertence.

A lógica dos cursos lato e stricto sensu

Ao entender a lógica desses cursos, você perceberá que os de lato sensu, e até mesmo as graduações, estão ligados a um tipo de lógica diferente daquela em voga no stricto sensu. Sabe por quê?

Na pós-graduação lato sensu e na graduação, a orientação é por área de interesse porque o intuito é o de verificar o quanto o aluno sabe, em termos gerais, sobre um assunto, isto é, o quanto absorveu, pois o aluno é um sujeito passivo.

O professor está ali apenas para repassar o conhecimento.

Contudo, no stricto sensu, a lógica é outra. O aluno não é mais um sujeito passivo, mas ativo. O professor está ali para instigar o aluno a pensar e produzir resultados sobre as suas reflexões. Assim, o aluno deve entender os principais conceitos, de onde eles surgem e como esses conceitos podem ser organizados.

A grande missão do aluno é assumir um papel ativo na busca e na produção do conhecimento necessário para elaborar e realizar a sua pesquisa da melhor maneira possível, enquanto o papel do orientador é auxiliar esse aluno e fazer com que ele se torne um grande autor.

O trabalho de um orientador

Quando discutimos sobre orientação de dissertações e teses, estamos nos referindo à metodologia científica. Cabe, a esse professor, conhecer os tipos de métodos, as abordagens (quantitativa, qualitativa e quanti-qualitativa)O trabalho de um orientador

Se a pesquisa de seu aluno precisa ou não ser submetida a um Comitê de Ética, quais os cuidados que o aluno deve tomar ao coletar e tratar os dados conforme as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), se a pesquisa é ou não aplicada, o que são as pesquisas de revisão (bibliográfica, bibliométrica, integrativa e muitas outras), o que é uma pergunta de pesquisa e um problema de pesquisa e como esses podem ser elaborados de uma maneira mais efetiva, como os objetivos e a metodologia escolhida serão capazes de chegar a uma resposta para esse problema de pesquisa, dentre outras questões. São esses cuidados que o orientador deve tomar ao prestar esse serviço ao aluno-pesquisador.

As outras obrigações um orientador

Além dos cuidados já mencionados, o orientador deverá se preocupar com outros tipos de questões que perpassam pela esfera das ferramentas de pesquisa, como, por exemplo, com a validade de questões, no caso de pesquisas aplicadas.As outras obrigações um orientador

O orientador tem a missão de ajudar o pesquisador a chegar a um método e às suas devidas ferramentas que tornam possível concluir a pesquisa no tempo disponibilizado pelo programa. Nesse sentido, o orientador fornece certos subsídios para que o pesquisador saiba como conduzir a sua pesquisa da melhor forma. O desafio do aluno, nesse contexto, é compreender as recomendações desse professor.

O que um aluno espera de uma orientação?

A metodologia científica está ligada a um amplo universo de possibilidades. Nesse contexto, o professor de metodologia pode orientar as pesquisas de todas as áreas. Por outro lado, a produção do conhecimento é de responsabilidade do próprio aluno, mas, para isso, deve saber quais são os cuidados que deve tomar e é aí que reside a importância do orientador. Quando o aluno procura pela consultoria ou mesmo pela assessoria acadêmica, tem como objetivo entender um pouco mais sobre as questões que perpassam pelo desenvolvimento da pesquisa.

Contudo, há casos em que o aluno busca por um professor específico na área na qual atua, pois pleiteia não a ajuda, mas sim uma pessoa que seja capaz de fazer o trabalho por ele, o que não ocorre na orientação. Nesse contexto, o aluno corre um risco muito grande, pois o orientador estará, de certa forma, contaminado pelos seus próprios interesses e pressupostos.

Os interesses de um professor

O aluno que procura pelo professor com esta mentalidade é muito inflexível quanto ao tema, pois orientador também tem a sua mentalidade e, com isso, preferências. Embora tenhamos destacado que cabe ao aluno produzir o seu próprio material, há aqueles professores que escrevem esse texto pelo aluno, porém, isso não pode de maneira nenhuma ser considerada como uma prática correta, pois é um crime. Trata-se de uma falsidade ideológica, pois o aluno defende um trabalho que não foi ele que escreveu.

O que fica claro nesse acordo, que, novamente, afirmamos ser um crime, é que o aluno irá assinar e defender algo que não pertence a ele. Todas as ideias ali defendidas não dizem respeito ao aluno, mas sim ao professor.

A orientação e a consultoria acadêmica não têm esse objetivo, pois a função, como o próprio nome já indica, é o de auxiliar um aluno para que ele próprio seja capaz de produzir o seu próprio texto. A consultoria também está ligada à ajuda metodológica.

De que modo a consultoria acadêmica contribui com a pesquisa?

A finalidade de uma consultoria acadêmica é a de ajudar o aluno a fazer um melhor manuseio das ferramentas de pesquisa, uma vez que nem todos possuem esse suporte. Nem sempre os orientadores conseguem se dedicar apenas a esta atividade, o que faz com que o aluno procure por uma ajuda externa à universidade da qual fazem parte. A consultoria, portanto, seja ela advinda do próprio orientador ou de um profissional, tem como objetivo ajudar o aluno a desenvolver a sua pesquisa, isto é, ele é capacitado para este exercício.

Muitos clientes que atendemos passaram por uma banca ou deixaram de passar por uma, por justamente não dominarem os aspectos metodológicos básicos de uma pesquisa. Nesse contexto, há certas dificuldades que, embora classificadas como básicas, devem ser sanadas para que as ideias possam ser transferidas para este trabalho que precisa ser defendido.

Quais são os principais erros cometidos pelos alunos?

Dentre os erros mais recorrentes, podemos mencionar um que acontece frequentemente na academia atual. Ainda que muitos entendam a necessidade de construir um bom problema de pesquisa e objetivos, bem como têm uma noção mínima do método mais apropriado, os mesmos não sabem como colocar esses aspectos em prática. Definem esses aspectos de maneira isolada, não compreendendo que são eles que dão vida à pesquisa e que, portanto, devem ser manuseados em conjunto para que a pesquisa seja capaz de ganhar um corpo.Quais são os principais erros cometidos pelos alunos

Dessa forma, se preocupam com a aplicação de uma série de métodos que acham interessantes, mas deixam de atentar a algo fundamental, que é a efetividade de tais métodos para aquela proposta específica. Assim como, criam perguntas que não são válidas e acabam comprometendo a qualidade da pesquisa.

Contudo, a fim de que este trabalho seja apresentado a uma banca, precisa atender aos critérios mínimos. Sem que esses aspectos básicos estejam alinhados no texto, o trabalho sofrerá duras críticas da banca. Logo, é a partir desse contexto que é possível entender a importância do acompanhamento do orientador para que este garanta a efetividade dos métodos escolhidos e a qualidade da pesquisa.

Atuação do orientador

Tendo em vista que o orientador representa um papel importante no mundo da pesquisa, pensaremos nesse momento em uma questão que está interligada a esta pauta: um professor é capaz de orientar todas as áreas, visto que precisa dominar diversas ferramentas de pesquisa? Sim, ele pode, porém, é essencial que tenha uma ampla experiência no campo da própria metodologia.

Todos aqueles que dominam os métodos e as técnicas que amparam o seu bom manuseio estão aptos a orientarem todos os tipos de pesquisa, independentemente da área, uma vez que este conhecimento é a base para a realização de toda a pesquisa. É por isso que não se concentram em uma.

O posicionamento do aluno em relação ao orientador

Um orientador pode atuar de maneira multidisciplinar, porém, este deve ter a devida capacidade para avaliar, de maneira crítica, se a sua pergunta/problema de pesquisa é boa (considerando o seu tema e proposta).O posicionamento do aluno em relação ao orientador

O aluno que passa a questionar esse tipo de atuação, na verdade, ainda está muito ligado a uma postura da qual precisa se desvincular para que possa se adaptar melhor a esse contexto, ou seja, deve abandonar a postura passiva e assumir um papel mais ativo no processo de aquisição e produção do conhecimento. São pessoas que acham que é o professor o responsável por escrever o trabalho, o que vimos que é um crime.

Também acham que são professores que a todo o momento irão apontar erros e acertos e direcionar esta pesquisa, o que não ocorre na prática, pois não é essa a postura esperada de um sujeito ativo. É ele quem deve aprimorar a sua própria pesquisa a partir do feedback de seu professor.

Revendo posicionamentos

Para que o aluno consiga se adaptar da melhor forma a esse novo contexto, é crucial que reveja alguns posicionamentos e até mesmo ideologias concernentes a um sujeito passivo, pois, como frisamos, cabe, ao aluno, zelar pela sua própria pesquisa. O orientador apenas irá auxiliá-lo durante o desenvolvimento da pesquisa.

Esteja você produzindo uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, saiba que este material é de sua responsabilidade, logo, deve aperfeiçoá-lo a cada dia. A qualidade e profundidade de sua pesquisa serão exigidos de você e não de seu orientador. Tanto os resultados quanto às discussões deste estudo dizem respeito à relação do aluno com a sua própria pesquisa.

Cabe ao professor orientar o aluno ao longo do processo para que a pesquisa alcance a qualidade e profundidade necessária a uma boa pesquisa. Ele irá apresentar ao longo das reuniões alguns mecanismos que permitem que você compreenda como a pesquisa pode ser feita da melhor maneira possível. Também irá ajudá-lo a perceber quais são os caminhos mais viáveis para que o estudo seja profundo.

É por esse motivo que quando ingressamos em um programa de mestrado ou doutorado temos que optar por uma linha de pesquisa. Você terá contato com um professor que está mais familiarizado com as técnicas necessárias para a produção de um material científico.

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