Em nosso post de hoje iremos discutir sobre a importância do método em todo e qualquer trabalho científico. Sendo assim, a pauta de hoje é relevante porque, para muitos acadêmicos, este é um dos “bichos-papões”. Muitos compram livros e leem sobre diversos métodos, mas não sabem como aplicá-los.

Por isso, hoje iremos apresentar algumas dicas que podem lhe ajudar nessa missão. Ao longo desta conversa, iremos discutir sobre como a metodologia pode ser organizada de uma melhor forma em um pré-projeto. Dessa forma, o primeiro ponto que devemos esclarecer é que quando falamos sobre um pré-projeto em um curso de mestrado devemos nos ater a dois tipos de situações específicas. Pensemos, então, em quais são essas duas situações e em suas características.

As situações em que um pré-projeto é solicitado

O primeiro modelo de pré-projeto é aquele solicitado para o ingresso em um dado programa de mestrado. Nesse caso, é mais comum que o candidato tenha que respeitar o modelo apresentado no edital que lista todos os tópicos que devem constar no projeto.

Assim, como esses pré-projetos são mais breves, o ordenamento metodológico é mais condensado, de modo que será ampliado durante a execução desta pesquisa. Contudo, a outra situação em que o pré-projeto é solicitado é após o ingresso em um curso de mestrado.

Nesse caso, você terá que seguir as normas de sua instituição para executar esta pesquisa, de modo que terá que se ater a uma série de regras para que se torne um mestre. Sendo assim, o pré-projeto é uma exigência parcial, visto que não é o trabalho final a ser submetido neste programa de mestrado, sendo solicitado comumente na disciplina de seminários de pesquisa.

O pré-projeto e a metodologia

O pré-projeto pode ser solicitado pelo seu orientador para que saiba quais são as suas pretensões com este estudo. A metodologia, nesse contexto, tem como intuito apresentar os caminhos que você irá percorrer para responder ao seu problema de pesquisa e alcançar os seus objetivos.

A fim de que você possa alcançar os objetivos gerais e específicos é preciso partir de um método específico. Ele deve guiar o seu estudo do início ao fim. Deve haver um alinhamento entre todas as etapas da pesquisa para que o método seja bem atendido.

Sendo assim, pensemos em um exemplo prático: se o seu objetivo é o de investigar uma população específica para analisar um certo fenômeno, a partir da metodologia, você irá apontar quais são as técnicas e instrumentos envolvidos nesta investigação.

O que a metodologia aponta?

A metodologia aponta quais são os passos percorridos por um estudo, como cada um deles será executado e por meio de quais ferramentas e métodos. Dessa forma, por meio da metodologia são apresentados os critérios de inclusão e exclusão de dados, assim como os cuidados éticos a serem tomados, se ele passou pelo Comitê de Ética e por qual motivo, e quais foram as ferramentas utilizadas para coleta e análise de dados.

Esses cuidados nada mais são do que uma forma de detalhar os objetivos da pesquisa. Logo, antes mesmo de compreender se a pesquisa é bibliográfica, bibliométrica, sistemática, ou, ainda, se parte de uma abordagem quanti ou qualitativa, seja essa pesquisa um design science ou uma pesquisa-ação, há algumas preocupações as quais você deve se ater.

Antes de se preocupar em entender esses termos, é de suma importância que você tenha claro em mente quais são os passos que você precisa tomar para que a sua pesquisa seja bem executada.

Como saber se estou seguindo os passos certos?

A partir de agora iremos apresentar algumas dicas que podem lhe ajudar a saber se a sua pesquisa está sendo bem executada. Sendo assim, é essencial que o método por você escolhido seja capaz de fazer com que você alcance os objetivos gerais e específicos do seu estudo.

Além disso, esse cuidado também ajudará você a ter mais clareza se a sua pesquisa é factível. Por exemplo, não é possível afirmar em seu estudo que você irá entrevistar o Presidente da República, pois isto é muito inviável, o que pode invalidar a sua pesquisa.

A não ser que você tenha como ter acesso a uma personalidade como essa, não conseguirá executar essa entrevista. Se você não tem meios concretos para ter acesso ao Presidente, a sua pesquisa não seria factível, pois trabalha com situações irreais. O mesmo vale para aqueles que propõem uma entrevista com quinhentas pessoas, por exemplo. Como seria possível entrevistar todas elas?

Trabalhe com situações reais em sua pesquisa

Trabalhar com situações reais é essencial para que a pesquisa não seja comprometida. Considerando o exemplo do pesquisador que deseja entrevistar quinhentas pessoas, a primeira coisa a qual deverá se ater é se possui tempo livre para entrevistar todos os sujeitos.

Também será necessário ter claro em mente se essa entrevista será feita ou não a partir de meios online e se o público é engajado. Tudo isso potencializa ou retarda o acesso a dados reais e factíveis. Nesse sentido, é essencial que você saiba que a escolha de um público-alvo para a pesquisa também é um processo que leva bastante tempo.

Logo, ainda, é essencial que se leve em consideração a hipótese de que nem todos irão querer responder ou conseguirão fornecer respostas que poderão lhe ajudar a responder ao seu problema de pesquisa e alcançar os objetivos delineados.

Até mesmo para os trabalhos de revisão esses cuidados são essenciais. Assim sendo, se você deseja fazer uma revisão sistemática, integrativa ou bibliométrica, deve tomar atenção a uma série de cuidados típicos deste método.

O método nos artigos de revisão

A primeira coisa a qual você deve se ater é ao local no qual esses artigos serão buscados. Para tanto, deve ter palavras-chave e critérios de inclusão e exclusão bem delimitados. Todos esses aspectos que estamos frisando aqui são os passos que uma pesquisa percorre para que seja bem executada.

É apenas após esses esclarecimentos que você deverá se preocupar com os termos associados aos métodos que podem se adaptar bem a sua pesquisa. Saiba que na pesquisa científica nada pode ser feito de maneira aleatória, de modo que tudo precisa ser muito bem sistematizado e obedecer a critérios metodológicos rígidos.

Nada pode ser criado só porque você teve uma ideia que para você é interessante, ou, ainda, porque acha interessante e/ou tem afinidade. Posto esse contexto, quando passamos a discutir sobre pesquisas aplicadas, também há uma série de questões que devem ser esclarecidas.

Os cuidados que devem ser tomados na aplicação de uma pesquisa

Se você tem como objetivo aplicar um questionário, uma entrevista ou qualquer uma das ferramentas de pesquisa, deverá tomar cuidado com as perguntas a serem questionadas. É essencial que elas sejam válidas, pois, dessa forma, a credibilidade de sua pesquisa não será prejudicada.

Dê preferência para aquelas questões que já foram testadas, validadas e publicadas por outros autores. Nesse sentido, se você não tem tempo para elaborar questões e submetê-las ao Comitê de Ética para análise ou, ainda, se você não sabe como funcionam os cálculos estatísticos, é mais interessante que você parta de ferramentas que já foram validadas por outros estudos para que não seja questionado.

Toda ferramenta, para que seja viável, precisa ser testada, validada e aprovada, o que não é um processo simples e demanda muito tempo. É por esse motivo que sugerimos que você parta de ferramentas que não serão questionadas.

A importância das ferramentas validadas

Essas ferramentas têm notória credibilidade, logo, ninguém irá questionar o seu uso. Indicamos que você analise quais são as ferramentas que têm sido aplicadas na sua linha de pesquisa e de que forma esta aplicação tem sido feita para que você tenha uma noção de como adaptá-las ao seu próprio estudo.

Claro, há como elaborar o seu próprio questionário, porém, caso opte por partir de um que ainda não foi testado e validado, deverá ter claro em mente que ele precisará passar pelo crivo do Comitê de Ética.

Contudo, muitos se questionam se há outras formas a partir das quais essas questões podem ser formuladas. Existem. Você pode escolher a abordagem da pesquisa qualitativa e, a partir disso, pode propor a análise do conteúdo dos dados coletados durante a entrevista ou aplicação do questionário. A análise de conteúdo permite que você crie categorias de análise.

A partir dessas categorias, cria-se as questões.

Como saber qual é a metodologia mais adequada para a minha pesquisa?

Muitos têm dúvidas sobre a escolha de um método de pesquisa que seja coerente para as suas propostas de estudos. Portanto, cabe a nós dizer que tudo vai depender da sua realidade e do seu contexto de pesquisa.

Sendo assim, a primeira coisa a qual um você deve se ater na hora em que for realizar a escolha de um método de pesquisa é o seu contexto de pesquisa e vida. Logo, algumas das questões que devem ser realizadas antes dessa decisão são: você possui tempo hábil ou não?

Se trabalha, onde trabalha e quantas horas por dia; e qual é a sua relação com os seus colegas de grupo de estudo e com o seu orientador. Esses questionamentos devem ser feitos para que você, que deseja aplicar um método x em sua pesquisa, consiga ter uma ideia se será possível se dedicar de modo que todas as fases que perpassam pelo método escolhido possam ser executadas da melhor forma possível. É preciso saber se a sua realidade permite que você trabalhe com esse método ou se é necessário realizar a escolha de um outro método que se adeque melhor à sua rotina.

Por que a análise do contexto é importante?

É de suma importância que o contexto de pesquisa seja analisado para que se tenha claro em mente o quão viável é o trabalho com um certo método. Por exemplo, não seria prudente que um médico plantonista aplicasse uma ferramenta de pesquisa todos os dias em um mesmo local.

É algo inviável para o seu contexto, pois não terá tempo hábil e flexibilidade para isso. Não há como trabalhar todos dias e nos mesmos horários com uma mesma população, o que não seria um problema caso trabalhasse em outro esquema que não o plantonista.

Cada pesquisador tem as suas próprias limitações e especificidades e elas definem e muito o quão viável é a aplicação de um método de pesquisa naquele momento específico de sua vida. Nesse sentido, antes de escolher um método, é de suma importância que você analise o seu contexto de vida, pois é ele que aponta se é viável aplicar todas as fases que perpassam pelo método.

Tenha claro em mente o quão viável é o método

Muitos se convencem da ideia de que é possível reinventar a roda. De fato, há aqueles que conseguem, mas, para que a roda seja reinventada, é preciso que haja mecanismos para isto, certo? Vamos pensar em um exemplo prático e que nos ajuda a refletir sobre a importância da escolha de um método coerente.

Digamos que haja um pesquisador que tenha como meta de vida realizar parte de seu curso de mestrado ou doutorado fora do país, no esquema sanduíche. Todavia, isto se tornou muito inviável, uma vez que não sabia ao menos falar um dos dois idiomas mais falados em todo o mundo, o inglês ou o espanhol, mas, ao mesmo tempo, não queria abrir mão desse sonho.

Além disso, suponhamos que esse pesquisador também não tenha visto e quaisquer condições de se manter em um país diferente. A pesquisa dificilmente seria bem executada, pois esse pesquisador não apresenta as condições mínimas para realizar o estudo fora do país.

O mesmo vale para a escolha de um método inviável de ser executado em um dado momento da vida de um certo pesquisador. Nesse sentido, quando falamos sobre metodologia, é de suma importância que você saiba se ela pode ser executada dentro de sua realidade. Nesse contexto, até mesmo as pesquisas via internet não podem ser feitas de qualquer forma. Você deve estudar como as ferramentas online funcionam antes de aplicar as questões.